Era tarde, Maria lavava a louça enquanto Claudio subia para
o quarto, para fazer a lição de casa. Tudo parecia bem enfim, pois o único
filho de Maria, com seus apenas 10 anos, já havia tido vários problemas, desde
o nascimento, passando por coisas que nenhuma criança deveria passar.
Claudio morava em São Paulo, no Jabaquara. Sua mãe era dona
de casa e seu pai, Arnaldo, trabalhava na gerência de uma grande empresa. Todos
viviam muito bem, um dia atrás do outro, sem muitas preocupações. Até que, um
dia Claudio foi fazer um exame de rotina e acabou descobrindo a existência de
um enorme tumor no estômago.
Angustiados e com medo de que o menino foi sofrer com mais
uma doença, Maria e Arnaldo fizeram de tudo para tratar o problema. Passavam
noites em claro, apenas observando o filho dormir, com toda aquela juventude e
sofrimento, para que nada de mal lhe acontece.
O garoto seguiu tratando do tumor, durante um mês, mas em certo
dia, Claudio sofreu de uma piora repentina, onde de acordo com o médico, a
única alternativa era um transplante de estômago.
Com o coração a mil e os dedos cruzados, o garoto seguiu
para a cirurgia de alto risco.
Depois de cinco horas de cirurgia, o médico desceu da UTI e
notificou que a operação tinha sido um sucesso. Entre lágrimas e sorrisos, os
pais de Claudio se abraçaram e agradeceram com toda sua gratidão ao cirurgião,
que em seguida comentou:
- Vou subir agora para reanimar o Claudio, e depois, quando
ele já estiver acordado, eu desço novamente. Já volto. E então subiu.
Mas depois disso, o nervosismo e o desespero voltaram a
aparecer, pois o médico não voltava da UTI. Depois de quase vinte minutos, ele
apareceu com uma expressão facial de agonia e então indagou:
- Seu filho não quer mais acordar. Senhor, senhora, o que podemos
fazer é apenas rezar. E subiu novamente.
Dito isso, Maria correu para a capela do hospital, e lá se pôs
a rezar com todas as fibras do seu ser. Ela estava só na capela, rezando,
quando ouviu uma voz vinda do altar:
- Acalme-se Maria, que eu mesmo irei me encarregar de ajudar
seu filho. Depois disto, ela se levantou e voltou para junto do marido.
Quando chegou ao saguão do hospital, lá estava o médico,
contando para os pais o que aconteceu:
- Tentamos de vários modos reanimar o seu filho, mas nada deu
certo. Quando estávamos quase desistindo, um médico no fundo da sala gritou “Porque
pararam de tentar, façam de novo.” Fizemos mais uma tentativa, e o garoto
respondeu.
Dito isso, tudo foi festa, com as preces de Maria atendidas.
Ela foi ao quarto visitar o filho, que estava dormindo. Alguns dias depois do incidente, ela voltou ao
hospital para agradecer ao médico que incentivou os outros a tentar novamente
reanimar o filho.
Só que ninguém sabe onde ele está, ninguém sabe quem era e nenhum
dos outros médicos conhecia ele.
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