Tudo meio embaçado e uma leve dor de cabeça, quando enfim consigo deslocar as pálpebras. Saio do meu estado de quase morte e me encontro envolto pelos braços da escuridão, trajando a capa da noite, com uma fivela de Lua. Não sei o que faço, se fico exposto aos terríveis seres que habitam naquela terra de ninguém, ou se devo me levantar para alcançar a salvação, correndo o risco de ser pego por algo que nem mesmo posso ver.
Nessa briga mental entre o que fazer, permaneço, buscando uma única gota de visão, quando começo a receber tapas do vento, que parecem dilacerar meus membros. O ranger de dentes que ouço não sei se são meus e sinto correntes se arrastando pelo meu encéfalo, ecoando os mais diferentes flagelos.
Sei a solução, como sair daquela amargura, mas não sei o que pode acontecer se deixar os trapos de cetim em que me encontro para alcançar. Um vulto passa, os pelos arrepiam puxando a pele, tremores e suores são as únicas coisas que posso fazer, além de observar freneticamente as formas que se criam nas estalagmites do recinto.
Posso contar os meus próprios batimentos, decido me levantar para por um fim ao flagelo. Tateio pelas paredes, procurando, rastreando, e mil coisas me vêm à mente. Palhaços nostálgicos com sorrisos assassinos, seres obscuros por um capuz com a face do desespero.
Espera. Consegui, alcancei o interruptor.
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