sexta-feira, 22 de junho de 2012

Bom Dia

Abre o elevador, é o meu andar. Enxugando os olhos e bocejando, que comece mais um dia de trabalho. Sigo pelo corredor, são 6 da manhã e já vejo pessoas desesperadas, correndo, derrubando papéis. Pego meu cafezinho, dou meu bom dia a Neide, a faxineira, uma mulher simples, mas de enorme coração e muito bom humor, que logo me enche de abraços e beijos.
Distribuo mais cumprimentos, até chegar ao balcão da recepcionista, Renata, um mulherão, muito bem maquiada, mas burra feito uma porta. Chego ao meu escritório, me ponho a fazer cálculos e finanças, e vou seguinte até o fim do expediente. Essa é a minha rotina de trabalho.
Passa – se uma semana, subo pelo elevador, e logo que a porta abre, acho que vim parar em uma terra pós - apocalíptica, pessoas correndo e gritando, mesas viradas, uma loucura. Dei meu bom dia a Neide, e perguntei a alguém que passava o que estava acontecendo. Ele me respondeu com uma voz colérica:
- A Renata, ela...ficou presa no trânsito... e não vai conseguir chegar hoje !!!
Dito isso, primeiro fiquei me sentindo uma enorme mula, mas respirando fundo e contando até dez, consegui chegar a minha sala sem bater em ninguém.
Passado mais uma semana, subo pelo elevador, tudo parece normal, sigo pelo corredor, pego meu cafezinho, mas não encontro Neide para dar meu bom dia. Perguntei a muitos se sabiam dela, e todos diziam a mesma resposta:
- Ela não veio? Nem reparei.
Pois é, passou um dia, uma semana, um mês e todos continuavam com a mesma resposta. Logo apareceu uma menina nova para a limpeza. E todos continuavam com a mesma resposta.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Érebo

Tudo meio embaçado e uma leve dor de cabeça, quando enfim consigo deslocar as pálpebras. Saio do meu estado de quase morte e me encontro envolto pelos braços da escuridão, trajando a capa da noite, com uma fivela de Lua. Não sei o que faço, se fico exposto aos terríveis seres que habitam naquela terra de ninguém, ou se devo me levantar para alcançar a salvação, correndo o risco de ser pego por algo que nem mesmo posso ver.
Nessa briga mental entre o que fazer, permaneço, buscando uma única gota de visão, quando começo a receber tapas do vento, que parecem dilacerar meus membros. O ranger de dentes que ouço não sei se são meus e sinto correntes se arrastando pelo meu encéfalo, ecoando os mais diferentes flagelos.
Sei a solução, como sair daquela amargura, mas não sei o que pode acontecer se deixar os trapos de cetim em que me encontro para alcançar. Um vulto passa, os pelos arrepiam puxando a pele, tremores e suores são as únicas coisas que posso fazer, além de observar freneticamente as formas que se criam nas estalagmites do recinto.
Posso contar os meus próprios batimentos, decido me levantar para por um fim ao flagelo. Tateio pelas paredes, procurando, rastreando, e mil coisas me vêm à mente. Palhaços nostálgicos com sorrisos assassinos, seres obscuros por um capuz com a face do desespero.
Espera. Consegui, alcancei o interruptor.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Desventuras de um Marcionilo


Descendo a rua no seu Chevette 87, Marcionilo acompanhado de sua esposa tinham que tratar de um importante assunto, precisavam arranjar um nova cama. Não que a antiga estivesse em petição de miséria, mas ela já estava toda velha e meio desgastada.
Pararam em frente à loja. Marcionilo meio desequilibrado desceu do carro e esperou a mulher para entrar no estabelecimento. Passando pela porta automática, foram logo recebidos por um dos vendedores, com um sorriso de orelha a orelha e um tom bem hospitaleiro:
- Bem vindos meus queridos, temos os mais diferentes tipos de camas e colchões, e estou disposto a ajudar vocês a encontrar o produto ideal.
Depois de dizerem o produto desejado, o vendedor os guiou até onde ficavam as camas. Ele mostrou diversos tipos, mas nenhum agradava o nosso herói da caatinga. Até que o vendedor, com a paciência já esgotada, perguntou a Marcionilo:
- O senhor não gostaria de comprar então uma cama – box.
E com toda sua genialidade, respondeu depois de um tempo:
- Não, obrigado. O meu banheiro é pequeno.
(Baseado em fatos reais)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Anúncio Inteligente


Os publicitários são profissionais geniais, e põem a prova disso nesse anúncio, onde eles popularizam a sua profissão e parabenizam os profissionais da área, de forma inteligente e muito bem feita.